MITO: De 40% a 99% dos produtos aplicados por aviões não atingem o alvo.
Esse é um mito bastante repetido contra o setor. Sempre sendo relatado com grandes exageros, não sobrevive a um exercício simples de lógica: considerando o altíssimo custo dos produtos aplicados em lavouras, é óbvio que nenhum agricultor contrataria os serviços de um avião com uma perda dessas. Ou seja, o próprio mercado teria eliminado a ferramenta – não só no Brasil, mas nos Estados Unidos, em quase toda a América Latina, Canadá, Austrália e outros países em que ela se faz presente.
Sobre o altíssimo custo dos produtos aplicados, tomamos por exemplo o caso da soja, milho, cana-de-açúcar e algodão (algumas das principais lavouras atendidas pela aviação): o gasto com agrotóxicos pode chegar a 20% das despesas de custo da lavoura, conforme a região. Um percentual alto que, somado aos riscos do clima e outras variáveis que influenciam na produtividade e no preço, não permite que produtores da agricultura em grande escala tenham perdas de insumos.
Para ilustrar melhor o quão caro são os produtos utilizados (cujos valores podem ser conferidos no próprio site da Campanha Nacional de Abastecimento/Conab – clicando AQUI), basta dizer que, frequentemente, uma carga de produto levada por um avião agrícola equivale ao preço de um automóvel de luxo zero quilômetro.
Assim, fica óbvio que se a aviação agrícola tivesse mesmo o mínimo risco de perdas tão significativas, o próprio mercado já teria abolido a aplicação aérea. E vale frisar: o risco de contaminação ocorre sempre que as ferramentas não são utilizadas de maneira correta.
EMBRAPA:
Tendo em vista que a Embrapa muitas vezes é citada como fonte desse mito, vale lembrar que a estatal de pesquisas agropecuárias e o Sindag realizaram, entre 2013 e 2017, o maior estudo até hoje feito no País sobre tecnologias de aplicações de insumos em lavouras.
O trabalho abrangeu o Sudeste, Centro-Oeste e Sul do País e resultou em uma Nota Técnica atestando a segurança da aviação. O documento também reforçou a necessidade de um debate livre de preconceitos sobre o tema para se estabelecer no país uma política de segurança alimentar e energética. A Nota ainda esclarece que as aplicações aéreas em lavouras, quando feitas dentro dos parâmetros técnicos recomendados, são perfeitamente seguras do ponto de vista da saúde das pessoas e do meio ambiente.
Confira a entrevista com o pesquisador Aldemir Chaim a respeito deste mito clicando AQUI.